Especialistas
indicam os pontos altos e os baixos de 2018 no setor imobiliário e as promessas
para 2019, que vão do lançamento de apartamentos compactos aos preços atrativos
do aluguel residencial em São Paulo
O
ano de 2018 foi de muita expectativa para o segmento imobiliário. Após um
período de recessão, devido às crises política e econômica, que atingiram o
ápice em 2016, representantes do mercado apostaram em 12 meses de recuperação e
de lançamentos de tendências para os empreendimentos.
O que deu
certo em 2018
Apartamentos compactos
Aposta de
construtoras, em geral são alocados em zonas de fácil acesso à rede de
transporte público. Em 2018, a área média dos imóveis de um dormitório, segundo
a Embraesp, foi de 32,9 m2.
Há dez anos,
era de 49,14 m2. O Plano Diretor é um dos responsáveis por isso, pois estimula
o adensamento, além da crise econômica, que fez o poder de compra diminuir.
Minha Casa, Minha Vida
Houve avanço do
mercado de imóveis econômicos: 77,22% das unidades lançadas em São Paulo de
setembro de 2017 a setembro de 2018 estavam enquadradas no programa Minha Casa,
Minha Vida. No comparativo entre o 3º trimestre de 2018 e o 3º de 2017, o
aumento foi de 27,2%, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras
Imobiliárias.
Mobilidade Urbana
Para promover o
adensamento, o Plano Diretor de 2014 definiu que o potencial construtivo em
terrenos próximos à oferta de transporte público seria maior, impulsionando
empreendimentos perto de corredores de ônibus e estações de metrô. Além disso,
a legislação desestimulou a oferta de vagas de garagem. Para suprir as
demandas, os condomínios novos possuem bicicletários, área para recarga de
bicicletas e patinetes elétricos e até serviço de aluguel de veículos.
Poderia
ter sido melhor
Prédios comerciais
Para os
especialistas consultados, esse mercado foi o mais atingido pela crise. Em São
Paulo, os lançamentos recuaram do pico de 43 em 2013 para 13 em 2018, segundo
informações da Coluna
do Broadcast. Além
da queda de lançamentos, aumentou a vacância e caiu o valor do aluguel.
Revitalização do centro
A renovação dos
centros urbanos não aconteceu como o esperado, devido à combinação da falta de
zeladoria urbana e de segurança, por parte da prefeitura, e da falta de
projetos por parte das incorporadoras. Assim, famílias não se interessam em
morar no Centro.
Retomada do setor
Houve recuperação
econômica, porém mais lenta que o esperado. Foram 12,3 mil unidades lançadas em
2016, 14,8 mil em 2017 e 20,9 mil em 2018. Apesar do aumento, os números estão
abaixo de anos áureos: em 2013, foram 27,8 mil lançamentos, diz o Secovi-SP.
O que
esperar em 2019
Serviços e áreas comuns
Com a alta dos
compactos, de pouca área privada, as construtoras apostam nas áreas comuns, com
espaços de coworking e coliving, lavanderias coletivas e até compartilhamentos
de veículos. As empresas ainda devem oferecer serviços como personal trainer e
diarista.
Locações
O aluguel deve se
consolidar, com preços atrativos. Segundo a pesquisa mensal do Secovi-SP de
locação residencial na capital, no último ano o preço médio do aluguel teve
variação negativa (- 0,01%).
Nova lei de zoneamento
Em 2019, quando
haverá a revisão da lei de zoneamento, a perspectiva é que alguns pontos da
legislação sejam repensados. Segundo o prefeito Bruno Covas afirmou em encontro
com o Secovi-SP em julho de 2018, serão incorporadas propostas para incentivar
o retrofit e as edificações sustentáveis.
Lei do distrato
Lei aprovada em
dezembro pela Câmara prevê que o consumidor pague 50% do valor já pago pelo
imóvel como multa à construtora caso desista da compra. Até então, era cerca de
20%.


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