Caixa Econômica repassa R$1 bilhão em imóvel a Fundo Privado
A Caixa Econômica Federal vai vender R$ 1 bilhão da carteira de
imóveis retomados para um fundo privado. A expectativa é de que a operação seja
feita até, no máximo, o próximo mês. Somente neste ano, a Caixa retomou 39 mil
imóveis, o que corresponde a R$ 6 bilhões, e a instituição financeira estava
estudando uma saída para diminuir o peso desse ativo imobilizado em sua
carteira. “Vai ser vendido R$ 1 bilhão para um fundo no mais tardar no mês que
vem. Um fundo privado quer fazer negócio”, disse ao Valor uma fonte próxima à
operação.
Somente
neste ano, o banco recebeu R$ 700 milhões com a venda direta dos imóveis
retomados. Além de vender parte da carteira, o banco considera ainda a
possibilidade de criar um fundo imobiliário com o portfólio restante dos imóveis
retomados e também com as unidades habitacionais pertencentes à União. “Está
sendo tratada a criação de um fundo imobiliário.
Coloca-se
esses imóveis [retomados] no fundo, pode-se colocar até os imóveis do governo.
Mas ainda está em estudo”, disse a fonte. Também não está descartada a
possibilidade, como já aconteceu no passado, de vender os imóveis para a
Empresa Gestora de Ativos (Emgea). Essa hipótese é mais complicada, pois a
Emgea poderia precisar de capital do Tesouro, o que não é possível neste momento
devido à restrição fiscal.
Segundo
a fonte, a preocupação hoje é com o mercado imobiliário como um todo, que
sofreu com a crise econômica e com o aumento do desemprego, e não com o impacto
que uma carteira de R$ 6 bilhões em imóveis retomados pode trazer para o
resultado do banco ou ainda para o cumprimento de indicadores como o Índice de
Basileia, que estabelece o limite de empréstimos que um banco pode realizar
conforme seu nível de capital. Pela regra, todo banco precisa ter, no mínimo,
R$ 11 para cada R$ 100 emprestados – ou um índice de 11%.
No
caso da Caixa, esse índice vem subindo, passando de 13,54% no fim de dezembro
para 13,59% no fim de março e 14,4% no fim de junho. Segundo uma fonte, os R$ 6
bilhões em imóveis retomados representa menos de 1% da carteira de crédito
habitacional, que alcançou R$ 421,4 bilhões no fim de junho, aumento de 7% em
12 meses. Além disso, a inadimplência do banco continua num patamar baixo. O
índice encerrou o semestre com redução de 0,7 ponto em 12 meses, alcançando
2,51%, abaixo da média de mercado de 3,74%.
Além
de reduzir a carteira de imóveis retomados, a Caixa tenta avançar na criação de
uma “empresa de meios de pagamento”, que engloba cartões de crédito. Por
enquanto, o banco está desenvolvendo o modelo que pretende constituir para
apresentação ao Banco Central. “Está evoluindo bem as conversas com o BC”,
afirmou a fonte. Para dar mais transparência, a Caixa está consultando os
órgãos de controle.
A
ideia é oferecer novos serviços para 80 milhões de clientes. Num cenário de
restrição fiscal, a Caixa não trabalha com aportes do Tesouro Nacional neste e
no próximo ano. “A gente precisa fazer uma empresa mais eficiente. Se a Caixa
vai diminuir de tamanho, nos já estamos diminuindo no número de funcionários,
fazendo enxugamento de agencias”, frisou a fonte. “Estamos trabalhando para que
esta empresa tenha mais respeito, principalmente do lado de fora, seja mais
eficiente e protegida de influências”, reforça fonte.
Fonte: Ibrafi

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